Conhecer a história é fundamental para a formação dos estudantes. Hoje, celebramos os 46 anos da Independência de Angola, e relembramos aqui alguns fatos que antecederam este ato.
Angola, território habitado desde a pré-história, segundo atestam prestígios históricos, em 1482, o antigo Reino do Congo conheceu pela primeira vez uma invasão protagonizada por caravelas Portuguesas lideradas pelo navegador Diogo Cão, que tornaria na Angola, sua maior região de tráfico de escravos.
Revela a história que, em troca de armas de fogo, uma nova religião, vinho e tecnologia ocidental, os portugueses levaram marfim, especiarias, minerais e escravos de Angola. Em 1575, um século depois, Paulo Dias de Novais chega em Angola acompanhado de cem famílias e quatrocentos soldados, e funda a que viria a ser capital do país com a designação de São Paulo de Assunção de Loanda. Foi entre 1885 – 1930 que a invasão colonial se consolida, e em 1951 Angola recebe o status de província Ultramarina portuguesa.
Segundo dados oficiais, em 1960, cerca de 126 mil colonos residentes em Angola, 116 eram originários de Portugal. Mas os angolanos nunca se renderam ao conformismo. Ao longo de cinco séculos, várias figuras se notabilizaram na resistência contra a colonização. A mítica rainha Njinga Mbandi, Ngola Kiluanje, Bula Matadi, Ekukui II, Ndunduma I, Kimpa Vita e Mandume são alguns nomes incontornáveis da História de Angola. Oriundos de reinos diferentes, protagonizaram, em fases distintas, epopeias que justificam o estatuto de heróis da luta contra a colonização dos povos africanos. Em comum, tinham a noção de pertença e determinação para defender as terras dos seus ancestrais. Na segunda metade do século passado, intensificaram-se os movimentos em prol da independência, com incidência nos círculos urbanos e estudantis.
Com o surgimento desses movimentos deu-se passo para a Luta Armada de Libertação Nacional. A Guerra da Independência de Angola projectou três movimentos de libertação nacional, a UPA/FNLA, o MPLA e a UNITA. Holden Roberto (FNLA), Agostinho Neto (MPLA) e Jonas Savimbi (UNITA) delimitaram o processo de ascensão à Independência Nacional. Os movimentos confrontaram as forças armadas portuguesas em várias frentes, envolvendo-as numa guerra não convencional. Diferentes fontes afirmam que, “apesar de superiores, em termos logísticos e de efectivos, estimados em 65 mil homens, distribuídos pelos três ramos militares, no final da guerra, as tropas portuguesas não estavam preparadas para enfrentar a guerrilha organizada em pequenos grupos, que contava com o apoio das populações locais”. Lê-se na numa nota publicada pelo Jornal de Angola referente ao dia 11 de Novembro de 2020.
Vários acordos foram registados, mas o Acordo de Alvor, definiria os mecanismos de partilha do poder até Angola tornar-se um Estado independente. Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Savimbi assinaram, pelos seus partidos, os Acordos de Alvor, na presença de Vasco Martins e Costa Gomes, Primeiro-Ministro e Presidente de Portugal. O consenso deste acordo marca o acto para 11 de Novembro de 1975. O modelo de transferências dos poderes e os instrumentos base para que a independência fosse proclamada na data estabelecida ficaram bem detalhados. A eleição de uma assembleia constituinte, a seguir a retirada das tropas portuguesas de Angola, seria um dos pontos altos do processo.
Foi a 11 de Novembro de 1975, que Angola e os angolanos tornaram-se independentes, com a proclamação da Independência pelo Doutor António Agostinho Neto, o país ganha a categoria de República Soberana, a República de Angola.
Hoje, comemoram-se 46 anos, o país transitou de regime de partido único, socialista, para o multipartidarismo. Angola vive uma paz definitiva desde o dia 04 de Abril do ano 2002.
Fonte: O Jornal de Angola
Foto: Todos os direitos reservados.