A leitura tem um poder transformador que vai além da aprendizagem de novas palavras ou conceitos. Ela nos permite viver experiências alheias, sentir emoções que nunca experimentamos e, acima de tudo, compreender melhor aqueles que nos rodeiam. Este artigo explora como a literatura pode se tornar uma ferramenta fundamental para promover a empatia no âmbito educacional.
O poder da literatura e da empatia na educação emocional
A literatura não só contribui para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, como a compreensão de leitura ou a expressão escrita, mas também desempenha um papel crucial no desenvolvimento da inteligência emocional. Ler ficção, por exemplo, está associado a níveis mais elevados de empatia, pois nos permite imaginar o que outras pessoas sentem ou pensam. Autoras como Martha C. Nussbaum e Chimamanda Ngozi Adichie destacaram o valor da literatura como ferramenta para imaginar outras vidas e cultivar a empatia.
Nesse contexto, projetos educacionais como o Zoom Out surgiram para abordar as desigualdades sociais por meio da literatura. Essas iniciativas utilizam histórias para abrir debates sobre diversidade, inclusão e estereótipos, promovendo uma perspectiva crítica nos alunos.
A identificação simbólica: uma viagem ao desconhecido
A literatura nos convida a sair da nossa zona de conforto e explorar mundos desconhecidos. Desde os mitos antigos até os contos contemporâneos, as histórias nos permitem habitar outras épocas, gêneros, culturas e realidades. Esse processo não apenas amplia nossa visão de mundo, mas também nos treina a olhar com mais atenção e compreensão para o nosso entorno cotidiano.

Um aspecto fascinante da literatura é sua capacidade de gerar identificações simbólicas. Nem sempre nos identificamos diretamente com um personagem, mas com suas emoções, conflitos ou desejos. Essa dinâmica nos ajuda a compreender melhor a nós mesmos e a aceitar a complexidade das emoções humanas.
Narrativas plurais: quebrando estereótipos com literatura e empatia
Embora a literatura possa promover a empatia, é fundamental que as histórias sejam diversas e representem múltiplas perspectivas. Quando apenas uma versão do “outro” é apresentada, corre-se o risco de perpetuar estereótipos. Por exemplo, se os contos sempre retratam o estrangeiro como uma ameaça, os alunos podem desenvolver preconceitos inconscientes.
Para contrariar isso, é essencial incluir narrativas plurais na sala de aula. Histórias contemporâneas, contos de diferentes culturas e relatos que desafiam os estereótipos tradicionais podem ampliar a visão dos alunos e promover uma compreensão mais profunda e matizada da diversidade humana.
Fontes: