Uma porcentagem cada vez maior de adolescentes tem dificuldade em gerenciar sua relação com os dispositivos digitais. De acordo com dados recentes da OCDE, 30,4% mostram sinais precoces de uso excessivo, como dificuldade em limitar o tempo de tela e ansiedade quando se separam de seus telefones. Outros 10,7% entram em uma categoria de maior risco, na qual os hábitos diante da tela afetam seu desempenho acadêmico e seu bem-estar geral. Muitos estudantes afirmam que consultam seus celulares impulsivamente, mesmo quando isso interrompe o aprendizado ou dificulta as conversas pessoais.
O impacto das notificações e da conectividade constante
O relatório destaca que muitos adolescentes se sentem pressionados a permanecer constantemente conectados. O medo crescente de perder algo contribui para comportamentos mais compulsivos, como manter as notificações ativadas durante todo o dia ou dormir com o celular por perto. Cerca de 33% dos adolescentes espanhóis deixam as notificações do celular ativadas durante as aulas e 45% vão para a cama sem silenciar seus dispositivos. Esses números estão relacionados a uma menor qualidade do sono, distrações e menor concentração.
Acesso precoce aos dispositivos e dependência digital
Os adolescentes também se conectam mais cedo. 60% dos adolescentes espanhóis de baixa renda têm um smartphone antes dos 10 anos, contra uma média nacional de 45%. O estudo aponta que a posse precoce do celular pode levar a uma maior dependência mais tarde, especialmente quando não são estabelecidos limites desde o início.
O papel das famílias e das escolas
Os especialistas incentivam pais e educadores a reconhecer os sinais de hábitos pouco saudáveis em relação ao uso de telas. Para as famílias, isso pode significar criar espaços livres de celulares em casa ou manter conversas abertas sobre os efeitos do uso excessivo. Nas escolas, diretrizes claras sobre o uso do celular e a incorporação da alfabetização midiática ao currículo podem ajudar os adolescentes a compreender melhor o impacto de seus hábitos digitais.

Apesar dessas tendências, na Espanha os níveis de ansiedade relacionados à separação do celular são relativamente baixos. Apenas 14% dos adolescentes dizem sentir ansiedade quando não têm o celular por perto, uma das taxas mais baixas de todos os países pesquisados. O país também registra os níveis mais baixos de cyberbullying, já que apenas entre 2% e 3% dos adolescentes declaram ter sofrido assédio online.
Rumo a uma relação mais equilibrada com a tecnologia
Embora a tecnologia não seja intrinsecamente prejudicial, os especialistas concordam que os limites são fundamentais. Compreender a diferença entre o uso habitual e o uso problemático é um primeiro passo essencial para promover relações digitais mais saudáveis. O tema do uso excessivo de telas continua ganhando atenção à medida que profissionais de saúde e educadores consideram seu impacto a longo prazo. É possível promover uma relação mais equilibrada com a tecnologia se o problema for abordado a tempo e os adolescentes forem dotados das ferramentas adequadas.
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Fontes:
The Conversation: Um terço dos adolescentes mostra sinais de uso problemático de telas